Sem obrigatoriedade de nada
Um poeta maluco, um presente amassado. É hora de vomitar
Quando tudo é dor, como eu queria virar em meio a uma tarde, De cabeça pra baixo, na beira do mar. Como era bom. Como era. Aquela vida, jogada e silenciosa, aquele vento, de brisa, de chuva e de sal na boca, como era legal. O domingo rolando e o menino desenlinhando pipa, na praia. O cara do bronzeador, pela vigésima, quadragésima vez, passando.
Os dvd's do verão. O longo descanso, olhar o horizonte. E os meninos brincando de polo-aquático, naquele aquário,
entardecendo... Sem descansar.
Chegava a hora de ir embora, com todos. A moça, junto com o senhor, retiram todas as cadeiras. O carro de cachorro quente vai vazio, sem salsicha na panela e cheio de litros secos. De guaraná.
Em casa o homem tira o calor do corpo, no chuveiro.
- Reclamando, sentado no sofá, vê o jogo.
Que segunda-feira (amanhã) essa vida. /Aquela vida./ Sem obrigatoriedade de nada, vai acabar.
Pra todos nós voltarmos àquele teatro, sonhando, de noite, no conforto dos lençóis e da amada, dando amassos nas almofadas.
Sonhando em ser o protagonista do teatro. Que não é nem grande. Nem feio, nem belo. E nem trágico.
Nem nada...
É só a vida!
Bartolomeu Dias, vinte e quatro de fevereiro de dois mil e onze.