terça-feira, 1 de março de 2011


A Cidade / / Domingo

Pontes marcadas, de cansaço
silenciosas.
Postes pintados de branco
calçadas,
mulheres negras,
mestiços, mulambos
na sujeira, no caos.
É todo mundo, igual.

Gente dormindo.
As ruas,
dormindo.
O tempo, correndo.

O sol amanhece, é domingo.
Uma prece, o galo. Seis horas.
Calor. Oito.
Uma pessoa na rua. Nove.
Ninguém.
Meio-dia. O cachorro solitário fuça o lixo,
de uma vida inteira.

O cachorro, sozinho.
O homem, sozinho.

E as mesmas perguntas de sempre.


Bartolomeu Dias, primeiro de março de dois mil e onze.

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