A Cidade / / Domingo
Pontes marcadas, de cansaço
silenciosas.
Postes pintados de branco
calçadas,
mulheres negras,
mestiços, mulambos
na sujeira, no caos.
É todo mundo, igual.
Gente dormindo.
As ruas,
dormindo.
O tempo, correndo.
O sol amanhece, é domingo.
Uma prece, o galo. Seis horas.
Calor. Oito.
Uma pessoa na rua. Nove.
Ninguém.
Meio-dia. O cachorro solitário fuça o lixo,
de uma vida inteira.
O cachorro, sozinho.
O homem, sozinho.
E as mesmas perguntas de sempre.
Bartolomeu Dias, primeiro de março de dois mil e onze.