O Homem sem crédito
Passar pelas ruas montado em coletivos
Observando tudo
As variações nas placas da perimetral
"Não jogue lixo neste local"
E centenas de homens jogados no lixão de aguazinha
Sendo devorados por moscas
ressecos pelos olhares dos urubus
Então o homem absorve o lixo, vive do lixo, come do lixo
cheira e no lixo morre
E da sua boca e das dos seus filhos, palavras putrefatas
Restos de gente, poços de esperança
ou descontentamento
Desacreditados
No fim das contas
Só contas a pagar.
Bartô, 17 de setembro de 2010.