Pé na lama
Passos, penso. Olhando por baixo das pontes
"Recife já não é a mesma"
Caranguejo é lenda
O mangue esgotou-se
E eles jogam privadas
Que servem de casa
Pros ratos da ilha do Antigo
No asfalto não é diferente
Qualquer emergência, se liga
Nenhum telefone público funciona
No Bairro do Santo Antonio
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Na praça do Diário
Tem gente esperando, que um daqueles turistas
de malas nas costas, pare de achar tudo tão lindo
E olhe pros lados. Mas mesmo de mesma terra, muitos
sequer falam a mesma língua
Formigas na Boa Vista, trabalham sem descansar
Na volta é uma lata lotada, de sono e mau-humor
Quem pode sorrir, andando de porta em porta. Dependurado?
Amassa
Dobra, calor! Cansaço
Quem dera ter nervos de arço. Mas só penso em descansar
-É que o amanhã já virou rotina!-
Barto, 3 de agosto de 2010.