quarta-feira, 18 de maio de 2011

Perca de tempo


Nos tempos em que os arames tinham farpas

eu via meus soldados de chumbo morrerem de frio

era vazio

e oco

fazia um som de nada

ecoava feito o vento

fazia silêncio pra mulherada

e quem passava

vendaval

então

logo que se foram os vidros, os pregos dos muros

e os chumbinhos pra matar os ratos

me acostumei

virei cachaça, vento

etanol

e agora ninguém sabe onde estou.



Eu

License Creative

Creative Commons License
poetasemfuturo by Bartolomeu Alheiros Dias is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.
Based on a work at Não.
Permissions beyond the scope of this license may be available at Não