Aí eu dei um pulo na alma, dei um grito na dor
queria saber de onde vem tanta ideia sem sentido
essa vontade de fazer fazendo,
sei lá.
Outro dia um amigo falou:
sé qué poesia!
e poeta ele tbm era
com sete estrelas cobria a testa e achava que eram assim, de cinderela,
aqueles versos cheios de lama e gritando: "wébt!"
foi então que eu falei,
depois de reflexivo,que nem rio espelhado:
"filho, isso é uma prece!"
meu amigo, de olhos cheios de surpresa, gritou:
"mas esses poetas são tudo é maluco, mesm!"
e eu olhei pra ele,
olhei praquele pedaço de besteira que tinha acabado de passar pro papel
e pensei:
"será que ele tem razão?"
minha alma disse:
"não!"
e eu dei um grito nela
e aí então,
amassei o papel e joguei aquilo fora
e fui tomar um café com meu melhor amigo,
numa tarde de domingo
e olhar as donzelas,
cheias de amor,
perfume, risadas,
muita beleza,
quanta!
e poesia
Bartolomeu Dias, treze de março de dois mil e onze.