Só mais um poema existencialista
Por trás de tantos vícios
Cansado dos fogos de artifício
sou eu
Tanto azul
Tanto branco
O sol que queima
Eu olho no horizonte
inato tô na tua teia
Desfaço meu destino
ingrato, sou de tua aldeia
É só mais um poema
Ou uma canção de ninar
É só mais um dilema
com quase mil razões pra chorar
Talvez mude de tema
Só mais uma farofa estelar
O meu veneno tá aqui
O teu veneno tá lá
Longe de tudo
Eu acho que é tudo
um grande entendimento do ar
Detrás daquelas cortinas
sou eu que encho a cara no bar
É só mais um poema existencialista,
ou uma canção de ninar
Dispenso psicanalista
Meu lápis é quem vai me ajudar
Ingrato na rima
me despeço
eu me despi.
Bartolomeu Dias, vinte e sete de dezembro de dois mil e dez.