quarta-feira, 22 de dezembro de 2010




Eu sou um verso sem necessidade
forçado
sem conversa
um verso de descanso
um "quinze minutos"
eu não pedi pra nascer
lápis ingrato!

Me apague
me tire daqui!

Eu vou sair por aí
falar das coisas
gritar minha cólera imunda

Eu sou verso sem graça!
descartado

uma virada de página

Eu não pedi, me perdi
foi você
me mandou vir aqui
pra dizer o que você não quer
pra falar bobagem
reclamar de mulher
vou me matar por você!

Poeta ingrato!

Eu sou teu vômito
tua dor, a sola do teu sapato
a tua nota gasta, o buraco
o sol do meio-dia
Na tua cara!

O que tu queres de mim,

poeta imbecil?
Que eu vire uma flor e perfume tua vida, teus instantes de paz. É isso que tu queres?
Poeta mau, poeta ingrato

Os que me lêm elogiam a ti

Eu fico aqui, todo riscado
esquecido, apagado
Teu leitor quer me ler num final feliz
ou num silêncio
sem explicação
Como isso enche as almas
de não sei o que

Mas eu; Eu, poeta mau
EU!!
TE ODEIO!
E SÓ


Bartolomeu Dias

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