As mãos que movem o mundo
A mão do poeta é a mesma
do menino
à sombra de grandes estátuas
a mão que pede, que cansa
A mão que pede parada, é a mesma mão que morre
Que ajuda a matar a fome
É a mesma mão, a mesma
que maneja as pedras
Que move concretos
e que veste montanhas
A mão que dá a luz
a mão do médico
do eletricista
A que acende o interruptor
e apaga em dias de ressaca
Que afaga. É a mão de mãos dadas
Que aperta e que acena
A mão que se encosta
Nos queixos das estátuas vivas
Carregadas de verdades obscenas.
Bartô, 30 de agosto de 2010.